Isaltino Morais, homem de uma família nobre e à noite transformista numa boate pobre.
Como tudo começou?
Tino Morais era um puteiro de primeira. Todo o ordenado que ganhava, gastava em pagar copos às putas. Nunca tinha relações, apenas gostava de se sentar, pagar garrafas de champagne no valor de 75€ e falar que o seu trabalho era uma merda.
Era picheleiro e passava todo o dia a esfregar e a consertar tubos. Por vezes lá tinha que desentupir umas retretes e aí sim, era um dia em cheio para o Tino.
Certa vez, deparou-se com o último grito das sanitas, nunca visto em lado algum, era o modelo Caganix 1924 da Valadares, uma sanita feita em acrílico e polida com cotonete, que tinha um esguicho incorporado para limpar o rabiote.
Tino recebeu a chamada do seu cliente, tendo sido indicado que o esguicho não funcionava. Tino pegou na sua key (chave inglesa), calçou as luvas de borracha e foi lavar a loiça. Só depois é que se dirigiu ao local.
Ao deparar-se com a modelo Caganix 1924 da Valadares, Tino exclamou: TOU FUDIDO!
Mas na realidade, ainda não estava.
Observou, apreciou, atentou, admirou, proclamou e sem perceber um piaçaba daquela merda, resolveu chamar a sua equipe técnica. Percorridos 30min, estavam num WC com 4m x 2m de largura, 30 homens à volta da Caganix sem conseguir resolver a situação. Como a sanita nunca tinha sido usada e como Tino tinha comido umas punhetas de bacalhau com feijão fradinho ao almoço (Tino como era flácido na zona nadegueira), não conseguiu suster a respiração do seu ânus e lá teve que se sentar e dar uso à sanita.
Bateu o record do "tira a calça e a cueca mais rápido" em 1,2 segundos, batendo o anterior record de Sócrates, que mais merda faz sem tirar as calças e rodeado por 29 homens, sem qualquer preconceito mas com uma vontade enorme de cagar, lá começou muito tímido por soltar uma bufa mas depois de dizer "Que sa foda!", soltou tudo cá pra fora.
Depois de desabafar e deitar tudo cá pra fora, viu que não tinha papel higiénico e então disse: "Tou fudido!". Mas na realidade, ainda não estava.
Sem saber o que fazer, diz novamente: "Que sa foda!" e quando se vai a levantar para subir as calças, um jacto de água que parecia a tromba de um elefante a deitar água, assim como um tsunami, também limpou tudo o que lhe apareceu à frente!
Agora sim, Tino Morais acabara de perder a virgindade e estava literalmente fudido.
Angustiado e com um andar novo, depois do trabalho, sem quebrar o ritual, foi para a boate. Mas como estava tão constrangido com a situação, resolveu vingar-se e em vez de pagar uma garrafa de champagne, decidiu ter relações com a primeira que lhe apareceu.
Chamava-se Salette.
Mulher simples, bem vestida mas não tão bem despida, tinha uma cara tão feia, que quando ia à missa, Cristo pregado na cruz, virava sempre a cara para o lado.
Ainda com a cabeça no trabalho, Tino esquece-se de colocar a camisa nas costas da cadeira e o preservativo no cabide de que tanto se orgulhava.
9 meses depois, estava Salette na maternidade de pernas abertas aos berros e os médicos aos berros por ver a cara da Salette.
Mal saiu o bebé, todos exclamaram: "IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIshhh!!! É a cara da mãe!"
Daí nasceu Isaltino Morais. "I" porque todos exclamaram, "Sal" porque era o diminutivo da mãe e "Tino" porque era o nome do pai e ele também não pode escolher o seu nome.
No mesmo ano que Isaltino completou 18 anos, Salette, sua mãe, falece durante uma dança do varão para uma plateia de nenhum espectador. Subitamente sofreu um AVCD, um ataque cardíaco, paragem do coração (tenho ideia que o coração conseguiu ver-lhe a cara), Hepatite prolongada, cancro na cara, osteoporose na cana do nariz, tuberculose nos olhos, escrobuto, sífilis nos lábios e apenas dois dentes, pois uma vez sorriu ao espelho, os dentes viram a cara e fugiram quase todos.
Deparado com esta situação constrangedora, Isaltino decide tirar o saco plástico, deixa os estudos (só estudava livros com páginas em branco, porque as letras fugiam todas) e decide honrar a sua mãe, seguindo os passos dela e a dançar no varão todas as 2as feiras à noite, quando a boate estava fechada!