quinta-feira, 14 de maio de 2009

Artigo científico: como nasceu a gripe dos porcos

Sempre me intrigou o dito popular "só toma banho quem é porco". Por um lado, parece-me que faz algum sentido, uma vez que se um gajo tá sujo e quer ficar limpo, uma das atitudes a tomar é tomar um banho (sendo a outra visitar o convento de Tomar e dar um mergulho em ácido sulfúrico). Por outro, parece-me um disparate, não sei muito bem porquê.

Confesso-me um indivíduo pouco ocupado, pelo que estas questões ocupam grande parte do meu espírito e tempo. A gripe dos porcos em nada tem contribuído para trazer a luz às minhas dúvidas.

De facto, um tipo pode apanhar uma grande gripe quando toma banho. Basta enfiar-se numa banheira quente e depois vir dançar nú cá para fora, à chuva, frio e vento. Mas porque é que a gripe então é dos porcos, se se apanha a tomar banho?

Parece que esta hipótese de contágio está descartada.

Então se é gripe dos porcos AKA gripe suína, talvez venha dos porcos (desta vez falo do animal, aquele rosinha com cauda fofa retorcida, focinho achatado, um bocado amaricado mas que dá umas sandes de presunto bem boas para acompanhar uma finada). E pergunta a minha enorme curiosidade: como é que se transmitiu para as pessoas (porcas e limpas)? Ein??? Os cientistas que não venham cá com tretas: foi uma queca meus amigos! Pois foi...

Tudo aconteceu no México, numa tarde chuvosa. Estava Ramón del Curieche Salgado Ramírez, agricultor divorciado, presentemente envolvido numa batalha judicial com a ex-mulher pela custódia do tatú domesticado que era a mascote do casal, a lavar os dentes na pia dos seus muitos porcos. A mulher ainda ocupava na altura a habitación do casal, pelo que Ramón, pobre mas asseado, era obrigado a sobreviver junto daqueles que ainda o estimavam na sua quinta. Ramón era um romântico. Era comum os amigos verem-no a sodomizar a sua mulher à luz da vela, com a cera quenta a cair nas costas da senhora, enquanto proferia a pulmões plenos: "te prepara para un trago de leche en tu boca". Era frequente os primos verem-no chicotear a sua senhora ao luar, numa bela tarde de verão. Por mais incompreensível que a separação do casal seja, o que é facto é que aconteceu. E Ramón estava sozinho, abandonado e infeliz. Todos sabemos o que a solidão faz a um homem.

Nessa tarde chuvosa, o vento fustigava o estábulo sem tréguas, enquanto Ramón, triste e com enormes carências, cedeu aos encantos da porca Giulietta, presuntos bem redondinhos, orifícios nasais delicados e um grunhido de levantar um morto. O amor proibido aconteceu repetidas vezes.

Assim já se percebe o aparecimento da doença: o idiota põe-se a mocar uma porca (e a transpirar, claro está) num sítio cheio de correntes de ar, estava à espera do quê?

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