segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Zé António "Suicídio"

José António "Suicídio", mais conhecido por Zé Tó entre os amigos e por tremoço no Pérola Negra, com 40 anos de experiência sexual e 55 anos de idade, tinha tendências e descendências suicidas.
A mãe era sueca, o que explica as suas tendências porque como devem saber, a Finlândia é o país que apresenta a maior taxa de suicídio, nomeadamente na cidade de Oslo. O pai, de Trás-Os-Montes era viciado na cueca da sueca da sua mulher e no jogo da sueca, apostando consigo próprio, em média 50€ em como não perdia mais de 300€ nos encontros quinzenais organizados pelo Grupo Columbófilo de Bagueixe, acabando sempre por ultrapassar o valor anteriormente estipulado, perdendo a aposta consigo próprio.
Como tinha uma casa de ferragens, única na zona (Zé Tó Ferragens em Macedo do Mato), os lucros cobriam na perfeição os gastos que tinha no jogo. Para além disso recebia subsídio de desemprego porque o processo estava bastante demoroso e ainda não tinha sido actualizado e como Zé Tó tinha consciência do tempo que demoravam estes processos, já tinha pedido a reforma, que por acaso foi mais rápido então neste momento recebe 3 vencimentos, dos quais dois são líquidos pois gasta-os em vinho e cerveja.
Vivia uma vida ideal, ao que os americanos chamam de American Dream ele chamava de Transmountain Dream.
Tinha dois tractores John Deer de 2002, um vermelho e outro preto com jantes especiais com ZT gravado no centro, com aquecimento dos estofos com ZT gravado no encosto, airelon e luz neon bordeaux por baixo, uma mansão pequenina com 4 quartos, 3 dos quais eram de hóspedes, fogão a lenha e tijoleira encastrada, os filhos só tinham a 4a classe mas fizeram um exame e agora entraram na faculdade (Jeremias, 39 anos e Jesualda com 23 mas aparentava ter o dobro, da idade do irmão), salientando também a enorme piscina que não tinham envolta num jardim de relva seca pelas necessidades das vacas.
Surgiram os tempos de crise, e o tremoço continuava com os mesmos vícios e com ainda mais contas para pagar. Vendo-se aflito, decidiu por termo à vida... da mulher. Pensou melhor e como homem sábio que era, concluiu que apesar da mulher ser uma cabra não tinha culpa da crise, decidiu então por termo à sua própria vida.
Amarrou uma saca do mini mercado da D. Jovenilde à volta da cabeça, deu 3 nós nos atacadores porque podia tropeçar enquanto se asfixiava e tentou o suicídio, sem sucesso. As caricas das minis tinham furado a saca e Zé Tó conseguiu respirar.
Como não é homem de desistir, foi à drogaria e comprou remédio para os ratos. Tomou 10 comprimidos e foi tiro e queda, a constipação, a renite alérgica e duas artroses que tinha no ante-fémur esquerdo passaram de imediato.
Tentou afogar-se na banheira mas como não tinha água nem champôo, ficou fora de hipótese.
Nunca baixou os braços e decidiu amarrar uma corda ao pescoço e atirar-se da janela de casa, mas como a casa tinha sido penhorada, teve que utilizar outra táctica. Deitou-se na linha do Tua e esperou 2 dias sem comer, só a beber cerveja e não passou um único comboio. Viu mais tarde nas notícias que o comboio tinha descarrilado com 10 passageiros e caído ao rio após embater numa das vacas que Zé Tó tinha vendido para poder comprar cerveja. Consta-se que a vaca não teve nada.
Chegou a casa, pegou numa faca e tomou a decisão juntamente com uma cerveja de cortar os pulsos como quem corta o pescoço a uma galinha, mas estava tão bebado que cortou os tornozê-los, e ao contrário da galinha que anda sem pescoço, Zé Tó não se mexia.
Foi transportando por um vizinho, não com muita urgência, digamos que sem pressa nenhuma para o Hospital do Allgarve para ver se morria pelo caminho, mas nem assim, pois compraram uns curitas a uma cigana que os vendia nos semáforos e lá conseguiram parar a hemorragia, mas nem com os curitas conseguiram parar a vontade de Zé Tó se suicidar.

TO BE CONTINUED...

que já são 4h32 amor, e tens de ir trabalhar, acordas-me com um beijo e um sorriso no olhar. E levantas-me da cama, depois tiras-me o pijama, faço a barba e dá na rádio o Zé Cid a cantar.

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