quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Viva o divórcio

Pode parecer uma parvoíce este título, mas vão ver que não é só o titulo que e parvo.

Isto é uma história real, história da minha vida, resumida em poucas palavras.

Os meus pais estão divorciados há muito tempo.
Desde logo, esse divórcio deu-me frutos, muitos frutos (frutos = brinquedos).
Fim-de-semana com o pai resultava, sempre num aumento significativo de brinquedos. O que para uma criança (que ainda sou) é uma coisa maravilhosa.

Passados alguns anos e o mesmo divórcio continua a dar frutos (frutos = ??).
Na passada noite de segunda, ontem, os senhores da indaqua decidiram rasgar a estrada e reparar uma fuga que já havia de manhã. Se estão a pensar, que fofos porque deixaram de estar com a família a noite, para reparar uma fuga, estão muito enganados. Não passam de uns cabrões, porque passaram o dia a coçar a tomatada (tomatada = testículos), para ganharem horas extras a trabalhar há noite. Isso para mim tanto me faz, como tanto me fez. Excepto quando, depois de um dia de trabalho chego a casa e não tenho água porque aqueles fofos decidiram tapar uma fuga.
Estarão vocês a pensar: ó Adalberto, o que é que isso tem a ver com o divórcio?
E eu respondo: Tem tudo! Porque depois de algumas horas de angústia, na esperança de poder passar neste corpinho, dei por mim a pensar: “Tás fodido!” (desculpem a expressão, mas foi mesmo esta, daí as aspas)
Continuam vocês com a mesma pergunta: ó Adalberto, o que é que isso tem a ver com o divórcio?
E eu respondo: Vamos por etapas.
Qual foi a minha sorte?

… (… = minutos de suspense)

A minha sorte é que os meus pais sempre pensaram nos filhos. E até nos cortes de água eles pensaram.
Aliás, a decisão do divórcio surge daí. Para não correrem o risco, dos filhos chegarem a casa e não terem água para tomar banho, divorciaram-se.
E ao fim de 24 anos, perceberam que tomaram a decisão certa. Que eu agradeço.
Se não fosse esta decisão, onde é que eu teria tomado banho ontem?

Acho que todos os casais, com filhos, deviam pensar seriamente nisto.
Eu já estou a pensar. No dia que seja pai, se tiver casado… Venha o divórcio. Logo! Sem pensar duas vezes.
E um poço? Não resolve. Pode secar.
E um depósito? Não resolve. Pode furar.
Divórcio. A única solução é o divórcio.

Acabo esta história emocionado, vá com duas lágrimas no olho direito, só de pensar os pais fantásticos que tenho.

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